terça-feira, 29 de julho de 2014

Entenda a origem dos conflitos entre Israel e a Palestina Os recentes acontecimentos no Oriente Médio nos remetem aos tempos bíblicos

De repente o silêncio da noite é quebrado pelas sirenes em Tel Aviv, capital israelense. Elas alertam os moradores de uma ameaça. Pessoas correm em grupos pelas esquinas da cidade, enquanto é possível ouvir o barulho de explosões ao longe. Todos buscam um localseguro para abrigo. Então, um ponto de luz no céu escuro se apaga. Foi mais um míssil interceptado. Na Palestina, vários pontos de intensa fumaça preta se erguem no céu por entre as ruínas de prédios atingidos por bombardeios israelenses. Nenhuma estrutura resiste e os palestinos sobreviventes da Faixa de Gaza caminham sobre os escombros, observando o ambiente. As pessoas entram em desespero e os postos de saúde ficam lotados.
A relação entre Israel e a Palestina (mapa abaixo) sempre foi marcada por muitas divergências e conflitos, contudo, no dia 12 de junho último, após a morte de três jovens israelenses que foram sequestrados na Cisjordânia, a situação tornou-se mais delicada, pois o governo de Israel acusou o Hamas – uma organização radical palestina que não reconhece a existência do Estado de Israel e que controla a Faixa de Gaza desde 2007 – pelos homicídios ocorridos. Na busca pelos autores, o exército israelense matou seis membros do Hamas e aprisionou mais de 420 – além disso, um adolescente palestino foi morto em Jerusalém. Em resposta à ofensiva, foguetes foram enviados pelo grupo radical contra os grandes centros populacionais de Israel, tais como Jerusalém e Tel Aviv. Assim, os israelenses iniciaram os bombardeios contra a região de Gaza e o cenário de guerra formado tornou-se cada vez mais devastador.
Entretanto, a morte dos três jovens foi apenas o estopim para essa guerra, pois a situação política já estava tensa entre os territórios, quando em abril deste ano os líderes do Hamas e os moderados do Fatah – um grupo político e armado também da palestina – anunciaram um acordo entre ambos para que fosse possível a criação de um estado palestino no futuro. O governo de transição foi criado, contendo um presidente e 17 ministros, e, além disso, foi oferecido um acordo de paz, pelos moderados, para que Israel assinasse. Porém, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não concordou com a trégua, porque, para ele, não seria possível que os moderados entrassem em paz com Israel e, ao mesmo tempo, com o Hamas, sendo o grupo o maior defensor da destruição do estado israelense.
"O Deus deles muda o caminho no ar"
As principais ofensivas pelo Hamas são promovidas por meio de foguetes, muitas vezes lançados à noite. Entre os relatos de moradores da região sobre o conflito, o de Barbara Ordman, moradora da Cisjordânia, chama atenção. Ela escreveu um artigo para o jornal judeu-britânico de pequeno porte Jewish Telegraph (foto ao lado) sua experiência em relação aos ataques de foguetes enviados de Gaza, afirmando que precisou se esconder com sua família em um abrigo no subsolo da casa onde mora.
Barbara afirmou em seu texto: "Um dos terroristas de Gaza relatou, quando questionado sobre a razão pela qual eles não conseguiam apontar seus foguetes mais efetivamente: 'Nós apontamos para eles, mas o Deus deles muda o caminho no ar.' Quando nosso Deus não está ocupado fazendo isso, Ele garante que o poder de criar alta tecnologia em nossa nação esteja trabalhando para produzir outra iron dome que nos ajude a proteger nossas cidades e a nós mesmos."
iron dome que ela cita ao jornal trata-se do sistema de defesa antimísseis instalado em Israel, que funciona por meio de sensores para projéteis de médio e curto alcance, para proteger a população de ataques aéreos de palestinos.
Desde os tempos de Abraão
O conflito entre israelenses e palestinos retomam os tempos bíblicos, quando Abraão teve os filhos Isaque e Ismael e Deus havia prometido a Terra Santa para a sua descendência. Porém, segundo a Bíblia, o herdeiro que geraria o povo escolhido de Deus era Isaque. Já seu irmão mais velho, Ismael – que havia nascido da escrava Agar, expulsa da tenda de Abraão –, cresceu no deserto e também gerou uma nação numerosa, que vivia em caravanas. Esses povos se desenvolveram, dando origem a Israel e à Palestina, que duelam pelo território desde então.
Depois da diáspora judaica, o Império-Otomano tomou essas terras e viveu nelas até 1917. Contudo, os descendentes judeus que estavam espalhados pelo mundo retornaram ao local em uma migração em massa. Foi nesse momento que os confrontos conhecidos hoje tiveram início. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) fez uma divisão do território para que não houvessem mais discordâncias, mas essa divisão não foi bem aceita por nenhum dos dois povos.

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