de Ele ter recebido o Espírito Santo.
É bem verdade que os autores sagrados dos Evangelhos nos dão pouquíssimas informações a
respeito do primeiro período da vida do Senhor, contudo, nós podemos crer que até os trinta
anos, o Senhor Jesus viveu uma vida sem nenhum pecado e perfeitamente fiel aos princípios
legais da religião de Seus antepassados.
Podemos estar seguros disso, porque segundo a lei de Moisés, o animal a ser sacrificado para
expiação de pecados teria que ser absolutamente perfeito, sem o qual não teria nenhum valor.
Isso significa dizer que o simples sacrifício do animal não teria nenhum valor espiritual se o
mesmo apresentasse um mínimo de defeito físico. Ora, Jesus, como o Cordeiro de Deus, antes de
ser sacrificado no Calvário, tinha que ser perfeito na Sua conduta, de acordo com a lei de Moisés.
Em outras palavras: para que Ele pudesse ser sacrificado pelo pecador, Ele não poderia ter
nenhum pecado. O Seu comportamento, segundo a lei religiosa judaica, tinha que ser exemplar.
Além disso, quando Ele Se dirigiu a João Batista para ser batizado, este insistiu com o Senhor
que ele é que teria que ser batizado por Jesus. Porém, Jesus disse-lhe: “Deixa por enquanto,
porque assim nos convém cumprir toda a justiça” (Mateus 3.15). Quer dizer: o Senhor Jesus, até
o Seu batismo, cumpriu toda a justiça.
Ainda que pouco se saiba a respeito do primeiro período da Sua vida, ainda assim, temos por
certo que Ele cumpriu toda a justiça. Ora, diante dessa imposição legal, como enviado do Deus-
Pai ao mundo para o sacrifício, Ele não poderia cometer qualquer deslize pecaminoso e sabendo
que a lei judaica, o animal a ser sacrificado, teria que ser perfeito, viveu toda a Sua juventude se
mantendo fiel a Deus ao mesmo tempo em que trabalhava na carpintaria de José.
Há muitas lendas sobre esse período de sua vida, inclusive uma em que aos quatorze anos Ele
havia feito uma pomba de barro e em seguida soprou-lhe o Seu fôlego e ela voou. Mas isso não
passa de pura fantasia, pois que até o recebimento do Espírito Santo, a Bíblia não revela um
único milagre Seu.
O Senhor Jesus não tinha poder para tal, uma vez que ainda não tinha recebido a unção do
Alto. Semelhantemente o mesmo acontece com o cristão: enquanto ele não recebe o batismo com
o Espírito Santo, não tem condições de realizar os mesmos feitos gloriosos que o Senhor Jesus
realizava.
Após o batismo nas águas, imediatamente, Jesus saiu das águas do Jordão, portanto, ainda
encharcado. “e eis que se Lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba,
vindo sobre Ele.” (Mateus 3.16).
Uma vez recebendo o Espírito de Deus dentro de Si, Jesus então, deixou a Sua própria vontade
submissa à vontade de Deus, isto é, Ele abandonou a direção do Seu próprio espírito, para se
submeter à direção do Espírito de Deus. Não podemos nos esquecer que o espírito do Filho do Homem não é o mesmo Espírito Santo.
Quando foi concebido pelo Espírito Santo, Ele recebeu o fôlego da vida como qualquer ser
humano e até o momento do Seu batismo, Ele somente tinha o Seu próprio espírito. Somente
após o Seu batismo com o Espírito Santo é que Ele iniciou o ministério de resgate do homem
para Deus.
Ora, se o Senhor Jesus necessitava do batismo com o Espírito Santo para cumprir a Sua missão,
então o cristão nada poderá fazer se também não receber esse batismo.
A pregação do Evangelho e a ação da Igreja do Senhor Jesus não consiste em palavras bonitas
nem na sabedoria do homem, mas na manifestação visível e prática da presença do Espírito
Santo na vida daqueles que pregam a Palavra de Deus. Vejamos, por exemplo, o que nos diz o
apóstolo Paulo:
“E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fui com
sublimidade de palavras ou de sabedoria... a minha linguagem e a minha pregação não consistiram
em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder; para
que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus...” (1 Coríntios
2.1,4,5).
A maioria das pessoas tem aceitado Jesus como o Senhor e Salvador, simplesmente pelo convencimento
do pregador, que usando de suas táticas persuasivas, leva as pessoas à “conversão”.
Mas quando somos usados pelo Espírito, a revelação foge totalmente da capacidade intelectual
humana de percepção da Palavra de Deus. Uma revelação não deixa de ser um conhecimento,
porém, é um conhecimento que vem diretamente do próprio Deus, na Pessoa do Espírito Santo!
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